20 fevereiro 2006

convicções e concessões

Quando uma gralha tem 16 anos e já tem muitas certezas acerca dos dos e don'ts para o resto da vida, é mais que evidente que se vai enganar uma década depois.
Acabei de assinar o contrato de arrendamento para a casa que finalmente marca a minha saída definitiva do ninho, depois da breve experiência de um semestre a estudar na Alemanha, que nem deu para lhe tomar o gosto. Ao mesmo tempo que isto simboliza a minha passagem definitiva para a idade adulta e o assumir de mais uma etapa numa relação, não deixo de me confrontar com o facto de estar a quebrar três promessas que tinha feito a mim mesma:
1. Nunca alugar uma casa - comprar! Ou seja, não deitar dinheiro pelo cano abaixo para uma coisa que (ainda*) não vai ser minha;
2. Não ir viver junta com ninguém - casar! Até a expressão "viver junta" me arrepia... Sim, sou completamente conservadora nesta questão;
3. Não pedir dinheiro emprestado aos meus pais - safar-me sozinha! Esta ainda está para ver mas com a quantidade de obras que vamos fazer, não sei como é que vamos pagar.
Não é que eu sonhe com uma vida de contos de fadas; não é que eu esteja à espera que todos os meus sonhos se realizem; mas há coisas que são muitíssimo importantes para nós e sobre as quais acabamos por ter de fazer concessões em nome do amor a uma pessoa com convicções muito diferentes das nossas. Será que estou a tomar a decisão certa? Só o tempo o dirá. Neste momento, sinto que sim e, de qualquer forma, nunca fui de fugir ao risco e à incerteza. Mais vale arrepender-me de alguma coisa que fiz do que de não fazer nada para evitar dissabores.

*É uma questão complicada, mas esperamos vir a comprar esta mesma casa daqui a um par de anos

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